segunda-feira, 28 de abril de 2008

Matéria - Games e seus limites

Antes de tudo, aviso que o conteúdo desta postagem pode ser considerado adulto, assim como o assunto do mesmo. Faço a pergunta: Até onde os games podem ir? Muitos já estariam respondendo que eles evoluem rápido, com gráficos cada vez melhores... e eu os interrompo. Não é nesse sentido que estou falando. Digo que há um limite para tudo, inclusive nos jogos.

No início de 1994, quando a Nintendo dominava o mercado em uma acirrada disputa com o antigo rival MegaDrive, houve um jogo que se destacou por diversas mídias. Seu nome: Mortal Kombat. Poderia ser somente mais um jogo de luta bom e passar despercebido, mas suas cenas de morte exageradas e realistas para a época o proibiram em vários países. Apesar de tudo, o jogo teve muitas continuações, e cada vez mais realistas. Não digo que não gosto da série porque estaria mentindo, mas não seria violência demais? Por quê jogos como Street Fighter, que tem a mesma temática sem tanta violência, fizeram sucesso e não houve nenhum problema?
Escrevo isso porque hoje vi uma coisa que me chocou muito. Após milhares de jogos muito violentos (quem quiser saber de mais jogos assim, procure por Manhunt, Manhunt 2, GTA...), vemos a polêmica do sexo invadir os jogos.
Jogos com conteúdo sexual existem desde o Atari. Com seus gráficos horríveis, via-se um personagem com ereção que devia levar as mulheres para as moitas e, então, realizar seus desejos. A partir de então, muitos outros jogos tinham seus conteúdos explícitos, mas eram considerados tão ruins que ninguém falava nada.

Atualmente, o sexo é incluído nos jogos (com faixa etária acima de M, ou seja, maiores de 17 anos) de uma forma mais sutil. Em The Sims, os personagens entram embaixo das cobertas. Em God of War, há minigames em que o personagem faz sexo com 2 mulheres, mas a câmera muda de foco para não mostrar nada. Em GTA (série) o personagem podia fazer sexo com as prostitutas, mas só dentro do carro, e nada aparece (além dos dois sentados no banco da frente, enquanto barulhos obcenos são mostrados). Estaria tudo mudando?
A série GTA passou, ano passado, por muitos problemas ao ter sido encontrado, no jogo GTA San Andreas, um minigame (chamado Hot Coffee)que envolvia sexo quase explícito (o personagem homem ficava de roupa), e que era disponível ao colocar um código. Apesar de tudo, nada de muito grave. Mas parece que os designers do jogo não cansaram.

Como de praxe, é possível fazer sexo com uma prostituta no carro, no novo GTA 4. E as cenas estão mais picantes que no próprio Hot Coffee. Ela chega a masturbar o personagem, a fazer sexo oral e muito mais dentro do carro, tudo a mostra!
Será que isso vale? Cada vez mais os jogos vão distanciando os públicos, e agora até o que era proibido serve como atração.
Em minha opinião, é desnecessário. Por que mostrar a cena? Não poderia ser de um jeito que nada aparecesse? O conteúdo do jogo seria o mesmo, sem nenhum escândalo e podendo até mesmo atrair outros públicos.

Julgue você mesmo vendo o vídeo do novo jogo (impróprio à menores. Não me responsabilizo por nada): http://br.youtube.com/watch?v=O51l7S7Sx3g

Paremos para pensar: Se Counter Strike foi proibido por aqui, imagine quando GTA 4 chegar às lojas...

5 comentários:

Anônimo disse...

Isso que você falou é importante, mas vale citar que, em jogos como GTA, você só faz sexo se quiser. É uma característica do jogo, mas nem todos que o jogarem terão que fazer isso.
O ponto negativo mesmo é que os políticos ficam utilizando esses jogos para falar que "video game não preta".

Leandro Rizzardi disse...

Com certeza, isso é verdade. Mas, me diga, quem, até hoje, jogou GTA e não quis um pouco de diversão noturna? É inegável que a presença de cenas de sexo tão realistas estão ali para causar polêmica.
O ponto negativo da inclusão dessa interatividade com o jogo não é só o fato de os políticos falarem que videogame não presta, já que 99% da população sequer ouve o que eles falam. O problema é o que a mídia fala. Uma hora chega na sua mãe, namorada, amigos, e todos vão pensar que você é um pervertido que só pensa em violência, sexo e drogas. Eu não quero isso, e espero que nenhum de vocês também.

Leandro Rizzardi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nárlir disse...

Olá Leandro! Qto tempo...
Acabo de ler essa postagem sobre a violência e o sexo nos games e achei muito interessante. Hoje, os jogos apelam para conseguir público e atrair a atenção de todos.

No entanto, acho que GTA 4 (mesmo com cenas picantes e violentas) não será de fato proibido aqui no Brasil. Veja bem, se eu não estou enganado desde o primeiro GTA vc pode bater em velhinhos na rua, roubar as pessoas (já que o personagem principal é um ladrão) e prostitutas aparecem constantemente.

Não adiantará censurar, pois se houver proibição haverá então maior especulação sobre o jogo. Afinal, estamos em um país onde a pirataria rola solta e ninguém vai impedir o poder que ela tem...

Dá uma passada no meu blog:
http://entrevendo.blogspot.com/

Um abraço,
seu velho amigo Narlir

Leandro Rizzardi disse...

Fala Narlir! Desculpe por não entrar mais no seu blog, mas é que o tempo anda curto...
Os game designers atuais estão entrando no lado negro dos games, assim como acontece com muitos cineastas, cantores, etc, em que o dinheiro passa a ser mais importante e, com isso, esquecem-se do principal objetivo do seu trabalho, que é entreter o público com produções criativas e divertidas, sem apelos. É assim que o nosso mercado afunda cada vez mais, pois passamos a ser alvos de críticas.
GTA 4 provavelmente não será proibido aqui no Brasil. Counter Strike só foi proibido 7 anos depois de o caso entrar na justiça, ou seja, GTA 4 só (e se acontecer) quando GTA 5 estiver nas lojas. E quem vai comprar o GTA 4? Aqueles que ainda quiserem jogar baixarão pela internet uma cópia ilegal.
Você só se enganou ao dizer que o personagem principal da série é um ladrão. A cada GTA o protagonista muda, e você pode optar se quer ou não ser um ladrão, apesar de que praticamente sempre isso acontece. O jogo é violento, é nojento e é por isso que é jogado. Confesso que até jogo de vez em quando, mas nunca estará na lista dos meus jogos favoritos, que são verdadeiras obras de arte.
Espero que o pessoal comece a perceber que o sexo deve ser tratado como nas telenovelas, nos filmes e em qualquer outra mídia dentro dos jogos, em que ele até pode aparecer, mas de um modo mais respeitoso e indireto.
Abraços!